Faz algum tempo que entendi que ser tatuada é um jeito de me apropriar do meu corpo, fazer dele meu. Pintar as paredes dessa casa que me carrega por aí. Trazer pra fora o que tá do lado de dentro, fazer aparecer na pele algo que sempre esteve lá. Tatuagem se revela, que nem filme.

No processo de tatuar pessoas e de observar meu próprio corpo, tenho pensado muito em como a tatuagem é incerta, apesar de permanente. No papel é de um jeito, na agulha de outro e, com os anos, a pele estica, solta, renova ou se desfaz… a tatuagem é viva. Ela muda de novo, e de novo, é igual mas também é diferente – assim como a gente. Tiramos novas fotos, pintamos outras paredes.

Uma amiga muito querida um dia plantou a sementinha “porque você não começa a tatuar?” e só sei que foi assim que começou. Com outra amiga querida aprendi não só como fazer, mas a ter coragem de tentar, explorar e tatuar pessoas. Gosto das conversas com cada um que vem me encontrar, de saber os significados ou não-significados, das conexões e desenhos que fazemos juntos, mesmo que seja por poucas horas.

Falo que tatuo com calma pois é um jeito de dizer que cada tatuagem tem seu tempo, que não adianta apressar. Mas é também um lembrete pra mim mesma, pra não me cobrar tanto. Não adianta ter pressa pra revelar algo que talvez ainda não esteja pronto para aparecer.

Se você quer tatuar com calma comigo, estou sempre disposta a ouvir sua ideia, ou trocar dicas sobre outros tatuadores que amo por aí! Abaixo você pode ver algumas das tatuagens que fiz nos últimos tempos, ou então xeretar os desenhos disponíveis nessa outra página aqui.

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